Ana Fontes fala sobre a transformação digital nos pequenos e médios negócios #ZenviaExperience

A pandemia foi um acelerador da transformação digital nos pequenos negócios. Confira dicas de Ana Fontes para passar por essa transição!

“A transformação digital não é mais uma opção é uma necessidade, independente do tamanho da empresa.” A afirmação é de Ana Fontes, especialista em Gestão e Varejo e presidente do Instituto Rede Mulher Empreendedora,  durante o Keynote de abertura do Zenvia Experience, O novo normal e o impacto no varejo

O bate-papo que contou ainda com a participação de Fernando Guglielmetti, Head of e-commerce Omnichannel da C&A, e mediação de Gabriela Vargas, Diretora de Marketing e Produtos Zenvia, debateu os desafios causados pela pandemia do coronavírus tanto em pequenas e médias empresas (PMEs) quanto em redes de varejo como a C&A.

Afinal, o isolamento social obrigou as empresas a se adequarem a decretos municipais que incluíam desde o fechamento de estabelecimentos em um primeiro momento até o uso de máscara por colaboradores e clientes, disponibilização de álcool em gel, limpeza de cestas de compras e medição de temperatura quando o comércio reabriu.

Além na queda do faturamento, os negócios tiveram que se adequar a um cliente que muitas vezes tinha medo (ou não podia) ir até à loja física, mas ainda contava com a necessidade de compra. As prioridades mudaram, é verdade, o segmento de snacks, por exemplo, aumentou as vendas em 722% com apenas 1 mês de isolamento social no Brasil. Jogos eletrônicos, laptops, pulseiras de batimento cardíaco e produtos para a prática de yoga também. Os dados estão nesta reportagem publicada no portal da revista Exame. 

Esses números nos levam a outro ponto bastante debatido neste keynote: as empresas migraram em massa para as redes sociais, marketplaces e aplicativos de vendas. A transformação digital teve que ser acelerada às pressas, muitos negócios ainda estão ajustando a curva de aprendizado. Tudo isso reflete na experiência do cliente, já que as empresas tiveram que se adequar a esse aumento de demanda.

Mas como ficam as PMEs no meio da pandemia? Ana Fontes encara essa transição para o digital como uma oportunidade de perder o medo da tecnologia e reinventar o negócio. Confira abaixo, o que mais foi discutido na live sobre o impacto do novo normal no varejo.

70% dos empregos brasileiros são gerados pelas PMEs

Ana Fontes destacou que as pequenas e médias empresas são responsáveis pela maioria da geração de empregos do país. E com a pandemia a preocupação com esse percentual ficou mais clara. “O impacto no pequeno negócio acontece em cadeia. Se um pequeno negócio fecha, impacta o grande varejista, a indústria, impacta muita gente. Então gerou-se uma preocupação muito grande do que fazer com esse pequeno”, afirmou.

No entanto, é preciso destacar ainda que existem 750 mulheres na Rede Empreendedora no Brasil inteiro e muitas dessas mulheres empreendem por necessidade. Ana destaca que nem sempre se trata de uma oportunidade de negócios e quando essas mulheres empreendem estão em áreas que chamamos de conforto, como moda, beleza e estética.

“As duas primeiras semanas foi um grande choque, pois ninguém sabia direito por onde começar. Nesse início, ouvi de muitas pessoas que tiveram que fechar as portas que iam parar de investir.” É claro que também houve muitas transformações: quem trabalhava com costura passou a confeccionar máscaras ou aventais para hospitais. Contudo, quem está no varejo atuando em segmentos que não são considerados como necessidade como é o caso da moda ou estética, o conselho de Ana é:

  • Segurar a ansiedade: não sabemos exatamente o que vai acontecer. Temos reflexões, mas não temos clareza o que vai acontecer em 15 ou 30 dias;
  • Organizar as despesas: recomendamos segurar as despesas, organizar as contas e pensar no que pode ser feito para postergar despesas futuras, dívidas e pagamento;
  • Reinventar o negócio: aconselhamos as mulheres da rede a entender o que o consumidor está buscando e quais são as suas necessidades.

Reinvenção, transformação digital e tecnologia como aceleradora de negócios

“Se reinventar não necessariamente significa que você vai ter um produto inovador. Temos que pensar no momento que estamos vivendo.” Ana destacou que o momento no começo da pandemia é diferente do durante a pandemia e que, posteriormente, teremos um novo momento e em todas essas fases os consumidores se comportaram de forma diferente. É como trocar as roupas de trabalho pelos pijamas e pantufas. Ou ainda, comprar mais eletrodomésticos ou mais farinha de trigo para começar a fazer pão. E finaliza: “Se você não consegue estar onde o seu cliente está fica tudo mais difícil.”

Para ela, a transformação digital e social dos pequenos negócios foram aceleradas com os impactos do Covid-19. Embora não seja tão simples para o pequeno e médio empreender, a pandemia trouxe essa necessidade com mais clareza. Aqui está justamente a necessidade que falamos no começo do texto. Afinal, enquanto em uma grande empresa de varejo as decisões precisam passar por muitas pessoas, no pequeno a estratégia já começa no dia seguinte, analisa-se se deu certo e, caso não tenha gerado resultado significativo, começa-se tudo de novo.

Além disso, empresas como Google, Facebook e demais marketplaces estão oferecendo formas para que os pequenos negócios utilizem essas plataformas para alavancar as vendas. Por outro lado, cabe a esses profissionais escolherem quais recursos utilizar e como usá-los da melhor forma para gerar resultados. 

Neste cenário, há quem tenha conseguido se estabelecer durante a pandemia, seja por meio de plataformas de comunicação, redes sociais ou em marketplaces, mas há também quem ainda esteja encontrando a melhor forma de fazer. Para esses casos, Ana é enfática: “Comece aos poucos, ajuste no caminho, mas comece.”

Desafios da transformação digital para os pequenos negócios

Ana Fontes destacou dois grandes desafios. O primeiro deles tem a ver com os canais de comunicação, pois é comum que a loja tenha perfil em diferentes redes fazendo com que as mensagens cheguem por vários meios, tornando a gestão e fechamento das vendas mais difíceis.

Já o segundo está relacionamento com a logística. A maioria das entregas ainda é feita pelos correios e com a pandemia muitas empreendedoras tiveram que aumentar o prazo. Ana destaca que ampliar o período de recebimento é negativo para os negócios, uma vez que existem marketplaces que entregam produtos até no mesmo dia. Essas empresas utilizam outros operadores logísticos que costumam ser mais caros e ainda não podem ser contratados pelos pequenos.

Se você é um responsável por um pequeno negócio e chegou até aqui, Ana Fontes deixou uma mensagem muito importante não apenas para este momento em que estamos vivendo, mas também para nortear todas as transações comerciais.

“A venda é importante porque ela garante a existência dos negócios. No entanto, para que a venda aconteça é essencial ser relevante e criar conexão com o consumidor. É preciso ter empatia e colaboração. Saber onde ele está e como chegar até ele.”

E claro: a transformação digital e uso da tecnologia para chegar até esse consumidor é essencial para se ter sucesso. Como finalizou Gabriela Vargas, Diretora de Marketing e Produtos Zenvia: “Tudo é um quê de coragem, o jeito é encarar e ir. Não tem outro caminho.”

Se você gostou desse conteúdo e quiser baixar o infográfico com um resumo do que foi abordado no Keynote O novo normal e o impacto no varejo basta clicar aqui. Fique ligado em nosso blog que em breve teremos uma segunda edição do Zenvia Experience.

Escrito por

Zenvia