Como o envio de SMS competirá com Apps de mensagens instantâneas?

Em meio a tantos novos aplicativos de mensagens instantâneas que temos a nossa disposição, muitos são os que se perguntam se o envio de SMS perderá espaço no mundo mobile até o ponto de não ser mais utilizado. Para responder a esta dúvida, Cassio Bobsin, o CEO da Zenvia, escreveu um artigo em que explica por que enviar SMS continuará sendo tendência por muito tempo, principalmente no mundo corporativo.

O SMS está morrendo?

A morte do SMS foi anunciada ao mesmo tempo em que o Facebook comprava o WhatsApp por USD19 bilhões. Notícia ruim vende. Mas é bom entender o que está por trás de tais afirmações bombásticas.

Dados do setor mostram que o SMS atingiu a maturidade. Antes o SMS era a única opção viável de mensagens instantâneas no celular. Agora os serviços de MIM – Mobile Instant Messaging – como WhatsApp, Line, KakaoTalk e WeChat ameaçam seu domínio.

No passado, o mercado de IM – Instant Messaging – foi disputado por ICQ, Yahoo Messenger, MSN Messenger, Skype e outros. Cada um liderou o mercado ao seu tempo, e foi substituído pelo próximo. Matéria de 2002 da Forbes, intitulada “Mensagens instantâneas, Lucro lento”, descrevia a época: o maior objetivo das startups de IM era ser comprada por um grande player.

Como os apps de mensagens instantâneas ajudam as empresas?

Os MIMs são redes fechadas. Eles não se intercomunicam. Você nunca enviará uma mensagem para o WhatsApp utilizando o WeChat. Se fosse possível, estaria tudo perdido para eles. O valor de uma empresa de MIM está em sua audiência. Se a audiência migra, a atratividade do negócio some.

Na competição entre redes fechadas, o sucesso é efêmero. Olhemos para o mercado ao lado. O fenômeno das redes sociais começou com o MySpace. Depois veio o Orkut que atingiu milhões de usuários no Brasil e na Índia. Twitter cresceu e encontrou um nicho em mídia. Linked In conquistou o público corporativo. Google Plus corre por fora. O atual líder Facebook vem perdendo audiência entre jovens e adultos. Amanhã serão outros.

Serviços fechados vêm e vão. Tecnologias abertas de comunicação que se tornam padrão tendem a amadurecer e estabelecer seu nicho.
SMS é um padrão. Não tem dono, é aberto e funciona em 100% dos celulares do mundo.

Veja a ligação telefônica. Criada em 1876, foi impulsionada pela ampliação da telefonia móvel. O crescimento do tráfego é estável. Mas a receita global vêm caindo pela redução do preço por minuto.

Veja o Fax. Criado em 1926, migrou para o meio digital e é usado por milhões de empresas para transmissão segura e autenticada de documentos. Estudo da Davidson Consulting diz que o mercado de Fax sobre IP deve crescer 10,2% ao ano até 2017.

Veja o E-mail. Criado em 1969, é usado em 68% dos Smartphones no mundo. Estudo aponta que o mundo fechou 2018 com 3,8 bilhões de usuários e deve chegar a 2022 com 4,2 bilhões. Serão mais de 130 milhões de usuários novos por ano.

E o SMS? Criado em 1992, é usado em 94% dos Smartphones. E não dá sinais de cansaço. Em 2019, as operadoras ainda experimentam crescimento constante no volume de tráfego, impulsionado principalmente por tokens, autenticação em dois fatores e aplicativos de compartilhamento de carros, hospedagem, entrega de comida etc.

Quais pontos as empresas devem considerar sobre o uso do SMS?

O mercado corporativo é que garantirá a receita das operadoras no SMS. As empresas usam SMS para alertas de transação, tickets de vôo, lembretes de consulta e exame, avisos de fatura, confirmações de compra, autenticação de serviços, relacionamento com clientes, e outros. O volume crescerá mais de 10% ao ano pelas projeções do mercado.

O serviços MIM são fechados, logo não permitem uso corporativo. Por isso 70% das organizações consideram o SMS a tecnologia móvel número um. Outros 16% planejam adotar o SMS em 2014 segundo a Forrester Research.

O bom e velho SMS viverá. Bilhões de pessoas usam. É fácil, simples e funciona. Qual a diferença? Não está mais sozinho. As operadoras agora têm competição e o preço vai cair.

Escrito por

Zenvia